sexta-feira, 20 de abril de 2012

Preparação corporal para a prática da guitarra elétrica

Preparação corporal para a prática da guitarra elétrica
Tratando especificamente da guitarra elétrica e não simplesmente da
guitarra, o que abriria um grande leque de alternativas em relação aos estudos que
abordam pontos ergonômicos sobre o instrumento dada a automática associação
com o violão, é muito importante fundamentar que este instrumento se desenvolveu
de maneira muito particular no século XX.

O violão que é um instrumento relativamente robusto devido ao formato
espesso por toda a borda de seu corpo mantém naturalmente o antebraço direito
ligeiramente alto sob o ponto de visto ergonômico fazendo da guitarra elétrica, uma
ferramenta relativamente “magra” em sua comparação.

Essa “magreza” se deve a necessidade de se buscar maior conforto para a
sua prática. Essa necessidade é pertinente ao próprio desenvolvimento musical do
século passado que passando do jazz até o rock abarcou estilos técnicos
diferenciados principalmente, à padronização dos solos rápidos e fortes como
características musicais e sinônimos de talentos dos executores que se envolviam
com estes estilos.

Apesar dessa característica menos robusta que a guitarra elétrica possui em
relação ao violão, destaca-se também a importância com os cuidados ergonômicos
antes e durante da prática desse instrumento.

Fazer aquecimentos e alongamentos com os braços, as mãos, os dedos e o
próprio corpo certamente são essenciais como atividades preparatórias e devem ser
feitas rotineiramente (GENNARI, 2002).

A partir desta informação deduzimos que deve ser introduzido ao educando
costumes sadios preparatórios pelos próprios professores de música desde o início
de seu aprendizado, pois quanto mais demoramos, mais nos prejudicamos e depois
de décadas de treinamento instrumental pode ser tarde demais.

A guitarra elétrica, diferentemente do violão e mais precisamente do violão
clássico, instrumento a qual tradicionalmente requer por motivos mais estéticos do
que ergonômicos uma postura mais rígida em sua prática, é mais flexível quanto a
postura. Ou seja, para se estudar ou tocar guitarra, espera-se apenas que o
estudante encontre uma postura que lhe proporcione conforto.

Cabe ao professor auxiliar nessa escolha corrigindo tensões atentando a
postura á qual o aluno se encontra. Não se espera que o aluno esteja com a coluna
arcada quando sentado, fato que acontece muito facilmente devido a necessidade
que o aluno encontra de olhar para o braço do instrumento objetivando encontrar as
cordas certas para tocar.

É muito comum também a prática do instrumento em pé com o auxílio de
correias que são presas no instrumento por dois pinos, cada um situado em uma
extremidade lateral do corpo do instrumento. Já para essa postura, aconselha-se
que o educando ajuste a sua correia trazendo o instrumento mais próximo da parte
superior de seu corpo.

Como vemos, a guitarra pode ser apoiada de duas maneiras, em pé ou
sentado e atende à realidade de que a postura correta acaba sendo vista como um
mito (COSTA, 2005) visto que as necessidades podem ser diferentes. Um guitarrista
de rock não deve tocar sentado, assim como um violonista de samba ou um
guitarrista de jazz geralmente busca por tocar sentado.

Resumidamente, espera-se do professor, um cuidado individual e sem
exageros na busca da melhor posição ao aluno se preocupando com o bem estar do
educando e tomando devidos cuidados às imposições estéticas ou ergonômicas que
podem não ser apropriadas à determinada situação.

COSTA, C. P. Contribuições da ergonomia à saúde do músico: Considerações sobre
a dimensão física do fazer musical. Música Hodie, 2005. Disponível em:
Acesso em: 28
abr, 2011.
GENNARI, P. B. A Importância dos Alongamentos. UNESP. Bauru. 2002.
Disponível em:
Acesso em: 28 abr, 2011