terça-feira, 28 de setembro de 2010

Educação Musical na Atualidade

A educação musical na atualidade

A educação musical passou por importantes mudanças no século XX principalmente devido ao nosso desenvolvimento em geral que passou a reconhecer mais do que em qualquer outra época, o comportamento humano a partir de um plano multicultural.

Em outras palavras, a educação musical teve a difícil tarefa de evitar as padronizações técnicas com que vinha sendo desenvolvida. Não cabia mais tanta europeização nas abordagens musicais com os educandos, sendo que estes, viviam um século de profundo conhecimento, de transformação tecnológica e após a segunda grande guerra, também vivenciaram a necessidade de uma humanização na maneira com que se questionava cada vez mais sobre o reconhecimento da diversidade humana.

Obviamente o caminho ainda está sendo percorrido, não está tudo pronto, no Brasil, até os anos 60 e 70, ainda tínhamos a rigidez e a inflexibilidade em aulas que ainda continham um caráter tradicionalista em conservatórios das grandes cidades, hoje ainda em cidades pequenas, temos esse ensino débil e atrasado por parte de professores de piano principalmente que não tiveram os pensamentos voltados para a modernidade, exigindo que os alunos adquirissem uma linguagem e uma cultura que tinha nada a ver com as suas próprias.
Por quê limitar um repertório didático apenas com obras de alemães e franceses se já tínhamos Carlos Gomes, Villa-lobos, Arrigo Barnabé, entre outros grandes compositores? Por quê, antes de utilizar de práticas efetivas corais ou instrumentais, massacrar os educandos com enormes métodos teóricos que de nada os serviriam naquele momento, fazendo com que muitos desistissem de um aprendizado tão importante quanto o musical?

Uma geração de cidadãos que vivenciaram profundas mudanças protestando, criando e reorganizando o mundo em um século definitivo para a humanidade também se moldava através do dinamismo de sua cultura, uma geração que ouviu Frank Sinatra, Beatles, Tom Jobim, Elis Regina, entre outros nomes importantes para a música dos meados de 1900, não se contentaria em ter que se sentar com uma posição rígida e apenas tocar algo que não sabia direito quem compôs, para quem, porque, como era a sua realidade...

Por isso, atualmente se discute sobre como a educação musical deve se proceder para contribuir com eficiência ao desenvolvimento humano no século XXI, visto que vivemos em um período de grande imediatismo devido ao fácil acesso as informações principalmente.

Espera-se que um educador musical não se acomode simplesmente na abordagem de um método, de uma apostila, ou pelo contrário, em vias do improviso. Seu planejamento deve ser feito com base nas realidades culturais à qual o seu trabalho foi solicitado, o educador não deve pensar que com apenas uma maneira, um repertório, se consiga atingir todas as classes sócio/culturais, é preciso estar sempre muito atento com o que vai se produzir e não simplesmente entregar um produto pronto.

Diante desse prisma, busca-se em um planejamento eficiente antes de elaborar qualquer tipo de trabalho, uma pesquisa sobre o que será produzido em relação àquela realidade cultural, mas à priori, sabe-se que as vivências musicais antes, ou no máximo ao mesmo tempo das abordagens teóricas, são mais efetivas.

Já no ensino profissional como em aulas de instrumento que são realizadas individualmente, pensa-se que o trabalho deve seguir na mesma direção, ou seja, valorizar o conhecimento prévio do aluno, conhecer e desenvolver as suas habilidades e se o embasamento teórico for abordado de maneira contextualizada, certamente o seu desenvolvimento atenderá a todas as expectativas.
Um ótimo exemplo seria a abordagem dos conceitos técnico/teóricos através da prática musical individual ou coletiva como no caso onde desenvolvi com alunos de guitarra, uma proposta de aula à qual estudaríamos formas de compasso, seções estruturais, e leitura rítmica através da pra´tica de um repertório baseado em temas de rock como Jimi Hendrix, Deep Purple, Iron Maiden, Black Sabbath, Van Halen, entre outros.
Certamente esse repertório agradaria os guitarristas que se desenvolveriam de maneira mais que satisfatória dada a motivação que essa dinâmica condiz com a contextualização do material teórico a favor da prática musical.

Ou ainda, uma aula de acordeon onde o perfil dos alunos é de pessoas que gostam de música sertaneja. Seria muito interessante abordar elementos como os intervalos de terças duetando tônicas em solos que caracterizam o respectivo estilo.

Estes foram exemplos de uma educação musical que atenda as necessidades das mais distintas classes sócio/culturais contribuindo para a compreensão de como a educação musical deve ser tratada no século XXI.




quarta-feira, 1 de setembro de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Como o trabalho plástico ou visual influencia nos instrumentos musicais e nas situações de ensino-aprendizagem



As características de aprendizagem de abordagem empírica, que são predominantes no desenvolvimento infantil, se consolidam na medida em que a criança seja capaz de fazer o maior número de associações possíveis acerca do assunto estudado.

No caso da música, temos inúmeros trabalhos sugerindo determinadas maneiras de conduzir um planejamento didático, mas percebemos que aquele planejamento que consiste em fazer com que as crianças primeiramente sintam os sons, antes de aprenderem as suas atribuições teóricas como a notação musical, por exemplo, sucedem-se melhor do que os que partem do conceito contrário.

Para isso, temos que nos prover de dinâmicas competentes como a inserção da arte plástica e visual na música, possibilitadas pela “confecção de instrumentos”, por exemplo, que por sua vez tem grande importância dentro deste conceito dada à vasta possibilidade de manuseio e de modelagem de materiais. Tudo isso associado aos sons, que como matérias primas fundamentais da música, merecem certo destaque em relação a ela própria.

Com a confecção de instrumentos, a distinção entre o “fazer som” e o “fazer música”, citados por Anton Walter Smetak (1913-1984) torna-se mais compreensível, pois a exploração sonora que as crianças experimentam, fortalece a capacidade de percepção e compreensão sobre o assunto.

Esta associação é muito importante para neutralizar a padronização de alguns fundamentos musicais que na verdade limitam as possibilidades de criação do ser humano na questão artística. Ou seja, a criança aprende de maneira muito prática, pois ela não enfrentará barreiras impostas por padrões tonais ocidentais na execução dos sons provenientes dos seus instrumentos.

Dentro deste contexto, temos ainda o conceito de “escultura sonora” (soundscape).

Atribui-se ao termo escultura sonora, a arte de manipular ou extrair sons de esculturas produzidas por um determinado artista e tem como um dos seus principais expoentes o músico e filósofo americano Bill Fontana. (Campesato – Iazzeta)

Uma das características desta arte ou gênero musical é a construção da obra relacionada com a construção do seu próprio espaço de existência, o que faz com que a aproxime mais a plasticidade que precisa de locais como galerias de arte e museus do que a arte musical convencional que é executada em salas de concerto. (Campesato – Iazzeta)

Como percebemos, estas artes podem proporcionar grande desenvolvimento para alunos devido à maneira com que elas são produzidas.

O auxílio no desenvolvimento da motricidade e da criatividade das crianças é inquestionável em relação à dinâmica de confecção de instrumentos, assim como a construção de uma visão diferenciada dos sons em relação aos estudantes do passado, proporcionada pela inserção dos conceitos de esculturas sonoras nas aulas de educação musical.

Em relação ao social, devemos considerar também que como os instrumentos musicais industrializados não são muito baratos, a construção de instrumentos auxilia, pois com materiais inutilizados fazem-se novos produtos fortalecendo também a questão da conscientização da reciclagem.

Referências Bibliográficas:

NÉSPOLI, Eduardo. UAB –UFSCar, Construção de Instrumentos para Educação Musical 1: Por que construir instrumentos para a educação musical?. Disponível em: < inpopup="true&id="> Acesso em: 27ago. 2008.
DE CAMPOS, Augusto. Smetak para quem souber. Smetak, tak tak. 1980. Disponível em: Acesso em: 28 ago. 2008.
CAMPESATO, L.; IAZZETA, Fernanda. Som, espaço e tempo na arte sonora. Disponível em:
Acesso em: 28 ago. 2008.


A importância da música contemporânea para educadores musicais da segunda geração

Sabemos que a educação musical, como uma ciência que se desenvolve conforme os “caminhos” da música e que esta por sua vez, se caracteriza de tempos em tempos de acordo com as “correntes” que denotam os distintos perfis humanos em cada sociedade, deve também ter um papel importante na formação do cidadão contemporâneo. Pois, uma de suas características mais robustas, se dá na questão da criatividade, palavra que descreve da melhor forma possível o homem moderno, que de acordo com uma velocidade "super sônica", se atualiza na busca do pleno desenvolvimento.

A criatividade é a “peça chave” da música contemporânea, sendo assim, da segunda geração de educadores também. De acordo com esta afirmação, percebemos uma ligação muito estreita entre a música e a educação musical, pois, contrariando os educadores de outras épocas, dá-se muito mais importância ao saber, o ouvir, o compreender e o sentir musical do que a leitura de partitura, quando falamos da iniciação musical. Sabemos que no séc.XIX, por exemplo, isso era totalmente impensável.

A música contemporânea proporciona uma democratização ao seu acesso, pois apesar de sabermos que os compositores possuem uma formação sistematizada, fatos como a improvisação, a exploração de sons de distintos tipos de fontes emissoras assim como a confecção de instrumentos, por exemplo, desmistificam a idéia de que só os gênios são capazes de produzir música como víamos até o fim do séc.XIX o que com certeza era contra producente para uma educação musical eficiente.

Nos dias atuais, sentimos uma proximidade da música em si com a educação musical sem precedentes, pois objetivos comuns da educação como, a percepção da coletividade, a concentração e o poder produtivo do individualismo, a capacidade de criação, entre outros, são objetivos muito facilmente alcançados por dinâmicas propiciadas pela absorção dos fazeres da música contemporânea.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sobre os Widgets escolhidos

Os widgets escolhidos até o momento foram respectivamente uma lista de links por considerar os importantes conteúdos que podemos encontrar em outros sites como no portal ABEM por exemplo e também uma enquete onde verifcaremos opiniões sobre um tema controverso que é o da formação requerida para um educador musical exercer o seu ofício em ensino regular dada a aprovação da lei nº 11.769 de 18/08/2008 à Lei à qual determina a inclusão da disciplina de Música como conteúdo obrigatório nos componentes curriculares do Ensino Básico.

sábado, 22 de maio de 2010

A Versatilidade do Educador Musical Contemporâneo

O educador musical deve agregar conhecimentos de variadas áreas bem como estar disposto a experimentar variadas possibilidades.

Desde o racionalismo extremo experimentado no séc. XIX, quando começamos a perceber uma estruturação de alguns conceitos sobre a educação musical até os educadores contemporâneos, pudemos observar como foi poderosa a influência que as características humanas relacionadas ao comportamento, à economia e a política em geral exerceram no desenvolvimento da educação musical.

Dada essa realidade, se compararmos a educação musical paralelamente com os anseios, necessidades e comportamentos desde o séc.XIX, perceberemos que ela no início existia de forma estruturada, porém um pouco isolada, pois o ensino em geral naquela época tinha essa característica, sendo algo mais linear.

Já nos dias atuais, de acordo com a própria característica da sociedade contemporânea que se mostra cada vez mais competitiva, a formação do homem deve se basear no conhecimento completo do mundo, ou seja, não se valoriza mais aquela pessoa que é extremamente competente em uma função, porém em outra, uma alienada. A versatilidade de habilidades se tornou uma meta primordial a ser atingida por pessoas que almejam se suceder bem no trabalho e na vida em geral.

Temos nas escolas regulares hoje em dia, o conceito da interdisciplinaridade muito abordado nas metodologias tratadas em cada instituição.
Para o educador musical, essa concepção não pode estar à deriva se o mesmo quiser fazer de seu trabalho, algo contextualizado e que condiz com as necessidades da sociedade atual.

Não se pode mais esperar de um educador musical, um simples transmissor de conteúdos, exige-se do educador musical atualmente uma alta gama de conhecimentos relacionados e não relacionados com a sua área.

Sabe-se hoje que para o educador musical estar habilitado a produzir seus próprios materiais ou a desenvolver a sua própria metodologia, ele deve se prover de conhecimentos elementares da psicologia e pedagogia, por um motivo óbvio, espera-se que o professor atenda aos requisitos básicos da educação como a compreensão dos processos de desenvolvimento do indivíduo e os tipos de comportamento de cada faixa etária. Assim como, devemos esperar que este profissional esteja capacitado de tal forma a não deixar que as suas atividades e dinâmicas se descontextualizem em relação ao tempo, pois sabemos que crianças e adolescentes não gostam de receber informações ilhadas, que não fazem sentido para eles naquele momento.

Para isso este profissional deve ter também o conhecimento da história da música e da história, ou seja, relacionar um assunto de difícil compreensão com fatos históricos, assim como proporcionar a compreensão do comportamento das pessoas em determinada época sempre serão ótimas alternativas para a eficiência do trabalho.

Mas apesar de sabermos que hoje o total conhecimento da música em si não basta, também consideramos que o contrário seria muito pior, pois para o experimento de possibilidades dentro de um programa educacional, este educador não pode abrir mão da total fluência sobre o assunto, mesmo porque, não devemos subestimar a capacidade dos alunos e devemos estar preparados para qualquer situação, seja ela musical ou não.







Inclusão Digital e o Processo Educativo

A inclusão digital nos processos educacionais

O termo inclusão digital certamente se estabelece como um dos que mais se abordam nas sociedades em desenvolvimento do séc. XXI, dada a necessidade que se associa ao tema.

Essa necessidade é caracterizada pelas conjunções que a vida contemporânea tem abarcado como a utilização das máquinas no cotidiano profissional, a utilização de eletrodomésticos, a modernização dos meios de transportes aos quais sem um mínimo de conhecimento da linguagem digital não se pode ao menos utilizar um ar condicionado e principalmente a comunicação e o armazenamento e compartilhamento de conhecimentos coletivos e individuais, entre outros.

Mediante a problemática da inclusão digital como uma política social nas sociedades em desenvolvimento, muito se debate sobre os requisitos que essa política exigiria para o seu cumprimento até chegar-se a conclusão de que não há como se incluir um indivíduo, ou uma comunidade ao mundo digital, sem que primeiramente se pense em um sistema que os ensine a como participar dessa inclusão.


Deste ponto à diante se chega à realidade do analfabetismo como um dos principais problemas para essa inclusão, sabendo-se que a linguagem da informática e da computação exige um prévio conhecimento sendo este de no mínimo, certa familiarização da escrita, assim como da leitura.

Devido a essa questão, debate-se que antes da inclusão digital deva-se pensar na inclusão social através primeiramente da educação, problematiza-se que primeiro o indivíduo desenvolve a leitura, a escrita e as formas de linguagem mais variadas antes de adentrar-se para o universo digital.

Diante do caráter educacional, sabe-se dos desafios atuais que educadores têm enfrentado como: como chamar a atenção de alunos em sala de aula, por exemplo, sendo sugerida uma análise a qual se atribui como um dos motivos desta aparente falta de motivação por parte dos alunos, a inexistência ou a pouca utilização da informática no planejamento e na execução dos trabalhos de professores (BUARQUE, 2009).

Sob esta perspectiva, se pondera que em uma sociedade que se informatiza em velocidade acelerada como na atualidade, a maneira com que estudantes de todas as idades adquirem informações se dá de forma também muito rápida e muito expressiva sendo uma das razões o potencial interativo com que a informática traz o conhecimento. Em outras palavras, estudantes da atualidade possuem enciclopédias virtuais, acesso a fóruns, blogs, comunidades de todas as espécies, acesso a artigos, periódicos e informação da mais variadas formas dentro da informatização.

Trazendo então essa realidade à escola, percebe-se na grande maioria das situações que professores coordenadores e diretores não estão preparados para lidar com tamanho dinamismo. Essa realidade é ainda agravada pela inexistência de uma estrutura informatizada na escola. Ou seja, como podemos exigir de alunos que possuem acesso a computadores em grande parte de seu tempo, uma atenção em um programa educacional baseado ainda em moldes arcaicos onde as únicas ferramentas são o livro didático, o quadro negro e o giz?

O senador Cristovam Buarque (2009), durante a abertura de um evento sobre a educação utilizou de um exemplo muito expressivo para explicitar o tamanho dessa dissonância:

“... se tivesse dormido nos anos 70 e acordado agora, não conseguiria ir a um banco pois não compreenderia a linguagem automatizada dos caixas eletrônicos, não conseguiria dirigir um carro de câmbio automático, não entraria em um shopping com medo das portas com aberturas automáticas, mas na escola, conseguiria freqüentar as aulas, pois esta não mudara...”

Diante dessa realidade, elenca-se a possibilidade de uma reformulação do ensino brasileiro onde se estruturaria os mecanismos educacionais de acordo com a inclusão digital.

Paralelamente, aborda-se o caso do EaD (Ensino a Distância), fortalecendo a democratização do ensino e do conhecimento para a sociedade brasileira, pois sabe-se que esta modalidade educacional chega a um aluno e a uma comunidade e não o contrário, onde o aluno tem que se mudar de endereço, ás vezes para cidades a centenas de quilômetros de sua moradia com o objetivo de obter a busca de uma transformação intelectual, econômica e cultural.

A inclusão digital na educação brasileira, certamente contribuiria positivamente e de maneira muito efetiva no ensino da sociedade em geral.






Referências:
BUARQUE, Cristovam. Fórum Regional do Educacionismo. Ourinhos. 15 e 16 mai. 2009.





Bem Vindo!

Olá! Me chamo Hallyson de Oliveira e pretendo através deste blog, contribuir para o desenvolvimento da educação musical em nosso país postando trabalhos acadêmicos, colunas, reflexões e textos que abordem o assunto em geral.