domingo, 15 de dezembro de 2013

Guitarra e guitarra brasileira



Guitarra
Hallyson Chrystiano Paschoalino de Oliveira

A guitarra é o instrumento musical mais popular atualmente, talvez isto se deva a praticidade da sua construção, assim como o seu tamanho relativamente pequeno e também de um aprendizado demasiadamente prático em relação à sua técnica que se tornou também muito popular.
Outro fato que fez com que a sua popularidade se inflasse mundo afora certamente foi o surgimento e a propagação do rock no séc.XX. Neste ritmo musical, muitos músicos que tocavam ou ainda tocam este instrumento ganharam status de mito, como Chuck Berry, Jimi Page, Jimi Hendrix, Eric Clapton, entre outros.


O fato destes músicos serem na totalidade de países de idioma nativo inglês, prova esta influência do rock em sua popularidade, por ser este ritmo proveniente de raízes anglo-saxônicas.
Mas não é só no rock que temos nomes importantes de guitarristas. Na guitarra clássica, expressa pela sua versão acústica, temos nomes como o do espanhol André Segóvia e Francisco Tárrega.
Na música flamenca, um ritmo espanhol de influência árabe, temos o grande expoente da guitarra Paco de Lucia.
 Temos também uma gama enorme de talentosos guitarristas no Brasil que apesar de não serem tão reconhecidos pelos meios midiáticos, representam uma grande fonte de influência didática para os estudantes brasileiros do instrumento.
Nomes como Baden Powell, Rafael Rabelo, Hélio Delmiro, Dino sete cordas, Guinga, Yamandú Costa, Juarez Moreira, Heraldo do Monte, Lula Galvão, Ricardo Silveira, Nelson Faria, Maurício Carrilho, Toninho Horta, entre outros, se fazem cada vez mais conhecidos no cenário internacional como músicos de elite da escuderia guitarrística brasileira representados por ritmos como Choro, Samba, Baião, Bossa Nova, entre outros ritmos.


Mesmo no Rock, o Brasil construiu a sua tradição guitarrística nas últimas décadas do século XX com o surgimento e reconhecimento de músicos como: Sérgio Dias, Faíska, Kiko Loureiro, Eduardo Ardanuy e muitos outros, sendo que muitos desses, se não a maioria, consideram como grande influência o grande mestre da guitarra paulistana, Mozart Mello.
A classificação da guitarra é um pouco complexa, pois apenas em países cujo idioma nativo é o português, ela possui nomes específicos para a distinção dos modelos elétricos e acústicos.
No Brasil, assim como em Portugal, dá-se o nome de Violão para a guitarra acústica e de Guitarra propriamente dita para as elétricas. Temos nos países de idioma predominante inglês apenas o termo Guitar para ambas e nos de idioma espanhol, Guitara.
Sendo assim, em relação à organologia, pode ser classificada em sua versão acústica como cordofone por ser um instrumento de cordas beliscadas e também como eletrofone em sua versão elétrica, pois desta maneira, precisa de um captador magnético e de amplificadores para a captação e reprodução do seu som.
A guitarra acústica (violão) é construída por madeiras, sendo as melhores Maple, Rosewood, Cedro Vermelho e Jacarandá. Possuem seis cordas de náilon e são afinadas da seguinte maneira:


Corda
Afinação
Freqüência
Mi
329.6Hz
Si
246.92Hz
Sol
196.0Hz
146.8Hz
110Hz
Mi
82.4Hz
A 1ª corda situa-se embaixo, é a corda mais aguda e de aspecto físico mais fino.

Dividimos a guitarra em três partes principais:
1.        Corpo é a parte onde fica o cavalete, que é onde as cordas são fixadas;
2.    Braço é a parte reta onde se divide as casas distinguindo os sons (notas) caracterizando o instrumento como temperado, ou seja, as freqüências se dividem em Tons e Semitons;
3.    Headstock, ou mão, onde as cordas são presas e afinadas por uma espécie de roldanas que chamamos de Tarraxas ou Cravelhas.

Para a guitarra elétrica, temos a mesma divisão, porém, no corpo temos os captadores magnéticos que já foram mencionados no texto. No cavalete que chamamos também de ponte as cordas não são amarradas e sim encaixadas, pois as cordas da guitarra elétricas possuem “cabeças” que encaixam nos seis orifícios da ponte.
Os Potenciômetros, que também se situam no corpo, são botões que regulam o volume e a tonalidade do som emitido, alterando o seu timbre. Também temos a chave seletora que aciona os captadores de acordo com a necessidade do músico, também altera o timbre e fica no corpo do instrumento.
A guitarra elétrica possui um recurso muito importante que é a alavanca. A alavanca se situa na ponte do instrumento proporcionando um efeito de trêmulo ou vibrato mediante a mobilidade possibilitada por molas.
No braço do instrumento, assim como no headstock não temos mudanças, a não ser o aspecto físico caracterizado pelo acabamento na sua construção.
Em relação às origens do instrumento, tem se informações muito imprecisas, porém sabemos que a guitarra, assim como a conhecemos, tem influências de um instrumento espanhol chamado Vihuela que também seria uma evolução do Ud árabe e da Cozba romana.
    
Referências Bibliográficas:
                             
BUENO, Chris. História da Guitarra. Trombeta do café, 2000. Disponível em:  http://trombeta.cafemusic.com.br/trombeta.cfm?CodigoMateria=1022. 
ERIC CLAPTON. Site oficial. Disponível em: http://www.ericclapton.com/photos/claptonwinwood-11.
MPBNet. Toninho Horta. http://www.mpbnet.com.br/musicos/toninho.horta/index.html.
SADIE, Stanley. Dicionário Grove de Música: edição concisa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994.                             
Wikipédia, a enciclopédia livre. Guitarra. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Guitarra.



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Pedagogia Dalcroze




As contribuições do austríaco Jaques “Dalcroze” para a educação musical se dão principalmente em relação aos estudos do ritmo, assim como as suas possibilidades de expressão em relação ao movimento e ao corpo.
Seu método, conhecido como Rythmique caracteriza-se pela abordagem plástica em relação aos eventos sonoros e rítmicos em geral, para o educador, o elemento mais estritamente ligado a vida é o ritmo e o movimento.
Dalcroze associava a música com o corpo de uma maneira muito sintetizada incluindo também associações práticas de concentração e respiração, o que faz com que seu método se caracterize cada vez mais como saudável para a educação musical, pois a percepção do corpo da maneira holística como propõe o educador, proporciona uma conscientização dos problemas gerados pelo acúmulo de tensão localizada que podem ocasionar até doenças musculares e ortopédicas em músicos, bailarinos, coreógrafos, entre outros profissionais da arte ou até mesmo do esporte.
Em relação à coreografia, foi Dalcroze quem realmente a institui na educação musical ressaltando as suas relações não apenas com a prática musical, com a criação, com a participação ativa do aluno na produção musical, mas também a utilizando como um recurso à escuta, a apreciação e a percepção musical, assim como enaltece a sua importância para uma melhor compreensão do mundo ao nosso redor.
As propostas de Dalcroze auxiliam na elaboração de metodologias eficientes para o aprendizado da música em qualquer idade, pois, possibilitam abordagens práticas fazendo com que os educandos aprendam sentindo e realmente vivenciando os conceitos musicais, formalizando um processo empírico em questão.
Apesar das atividades propostas por Dalcroze exercerem um papel relativamente lúdico em grande parte de seu método, segundo o brasileiro Iramar Rodrigues que trabalha para o instituto Dalcroze na Suíça, o seu embasamento é de maneira muito séria, Rodrigues salienta nas atividades que primeiro executamos de maneira concentrada e apenas depois do trabalho realizado, relaxamos, damos risadas etc. Não confundir a sua metodologia com atividades de entretenimento.
Estes são alguns dos conceitos que justificam a sua importância para a educação musical.

RODRIGUES, Iramar. Curso de Pedagogia Dalcroze: “Uma Educação por e para a Música”, 2007, Ourinhos: Escola Municipal de Música “Maestro Américo de Carvalho”. 2007.
FARIAS, Fernando. Método Dalcroze. Disponível em : http://br.geocities.com/leonardoabviana/metodo_dalcroze.htm

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A influência dos pensadores na pedagogia musical

Percebemos nas idéias dos pensadores iluministas e modernistas a necessidade de combater o ensino puramente teórico para a formação de um perfeito aprendizado que não subjuga o racionalismo, mas apenas tenta construir uma linha de equilíbrio que contempla as emoções, os sentimentos e as distintas formas de manifestação das personalidades humanas.
A subjetividade no aprendizado ganha caráter primordial devido aos conhecimentos e trabalhos proporcionados pelas idéias dos pensadores europeus dos séculos XVI ao XIX.
As contribuições das tendências analisadas por estes pensadores são até os dias atuais motivo de aprendizado para professores e instituições que prezam pela qualidade de ensino as suas crianças e adolescentes.
Os conceitos mais relevantes sobre a educação moderna foram forjados a partir de pensadores como Comenius, expressão em latim para Komenský – Jan Amos.
Comenius coloca a escola como centro de tudo na formação do homem e foi o precursor na idealização das escolas maternais. Defendia no primeiro estágio da aprendizagem o desenvolvimento do sensorialismo através dos sentidos, proporcionando as crianças um aprendizado lúdico, porém baseado em práticas empíricas. Justificando estas idéias temos sua expressão “qualquer coisa que se ensine deverá ser ensinado em sua aplicação prática”.
Podemos perceber nas reflexões de Comenius afirmações que se contradizem com alguns fundamentos do renascentismo e posteriormente do iluminismo, pois é muito fácil sentir os seus ideais humanistas em suas teorias. Não descartava a ligação da educação com o desenvolvimento social, mas antes de tudo pensava na educação como uma obrigação divina caracterizando a sua religiosidade.
Outro questionador de conceitos do seu período foi o francês Jean-Jaques Rosseau. Dizia-se inimigo do progresso por perceber a inevitável banalização de algumas características humanas.
A afirmação “o homem é bom por natureza, a sociedade o corrompeu” explicita muito bem as suas concepções. Seguindo este raciocínio, acreditava que o ensino antes de tudo deveria ser de ordem lúdico-espontãnea. 
Rosseau alertou para a necessidade de uma visão diferenciada dos moldes educacionais para a infância alegando que as crianças vêem, pensam e sentem o mundo de maneira diferenciada. Questionava a idéia tradicional de que a criança é um adulto em miniatura e que deve ser educada para a vida adulta.
Os conceitos de educação natural e a liberação do indivíduo são fortes características de sua obra e dizem respeito à exclusão da idéia absolutamente intectualista na educação.
Completando as idéias abordadas, a afirmação de que “cada fase da vida tem suas características próprias”, são ótimos subsídios para a elaboração de metodologias mais satisfatórias para a educação em geral. 
Quando o fator social é mencionado na história da educação, não podemos deixar de atribuir aos métodos educacionais o suíço Johan Heinrich Pestalozzi que nascido em 1746 se estabeleceu principalmente como um fundador de escolas devido a sua preocupação com o potencial que a educação exerce na melhoria de uma sociedade.
Uma peculiaridade de Pestalozzi era a idéia de que a educação familiar deveria ter a sua relevância, pois dizia que para uma educação natural e pura, os ensinamentos recebidos pelo pai e a mãe assim como os vínculos paternos emocionais serviriam como base.
A influência de Rosseau nos seus conceitos se dá na necessidade de desenvolver um aprendizado espontâneo ao aluno em estágio inicial.
A presença feminina no ensino infantil talvez seja uma herança do alemão Friedrich Froebel que no século XIX idealizou como modelo de ensino crianças preparadas e educadas por jovens mulheres.
Froebel é também lembrado como o fundador da pedagogia do brinquedo e do jardim de infância.
Os brinquedos educativos como são popularmente conhecidos hoje em dia não teriam existido se não fosse a intervenção da médica e educadora italiana Maria Montessori na pedagogia.
Montessori que trabalhou também com portadores de necessidades especiais elaborou o “Material Dourado”, sistema que apesar de proporcionar ao aluno o desenvolvimento da concentração, interesse e a imaginação criadora, foi negativamente caracterizado pelo individualismo, devido o seu aspecto fortemente baseado no interior do aluno. Porém, hoje é usado de maneira coletiva, pois é um método muito eficiente para a concentração das crianças.
Uma forte característica também é a possibilidade das crianças trabalharem em seu próprio ritmo, não necessitando desenvolver o espírito de competitividade.




Referências Bibliográficas
PINOLA, Andrea R. R.; MAGRO, C. M. T. A.; Bortoloti, K. F. da S.     Fundamentos Históricos e Filosofia da Educação: História da Educação. COC empreend. Culturais LTDA, 2007.
Zacharias, V. L. C. Centro de Referência Educacional, 2008. Disponível em:
www.centrorefeducacional.com.br/mestres.html.