sexta-feira, 2 de julho de 2010

Como o trabalho plástico ou visual influencia nos instrumentos musicais e nas situações de ensino-aprendizagem



As características de aprendizagem de abordagem empírica, que são predominantes no desenvolvimento infantil, se consolidam na medida em que a criança seja capaz de fazer o maior número de associações possíveis acerca do assunto estudado.

No caso da música, temos inúmeros trabalhos sugerindo determinadas maneiras de conduzir um planejamento didático, mas percebemos que aquele planejamento que consiste em fazer com que as crianças primeiramente sintam os sons, antes de aprenderem as suas atribuições teóricas como a notação musical, por exemplo, sucedem-se melhor do que os que partem do conceito contrário.

Para isso, temos que nos prover de dinâmicas competentes como a inserção da arte plástica e visual na música, possibilitadas pela “confecção de instrumentos”, por exemplo, que por sua vez tem grande importância dentro deste conceito dada à vasta possibilidade de manuseio e de modelagem de materiais. Tudo isso associado aos sons, que como matérias primas fundamentais da música, merecem certo destaque em relação a ela própria.

Com a confecção de instrumentos, a distinção entre o “fazer som” e o “fazer música”, citados por Anton Walter Smetak (1913-1984) torna-se mais compreensível, pois a exploração sonora que as crianças experimentam, fortalece a capacidade de percepção e compreensão sobre o assunto.

Esta associação é muito importante para neutralizar a padronização de alguns fundamentos musicais que na verdade limitam as possibilidades de criação do ser humano na questão artística. Ou seja, a criança aprende de maneira muito prática, pois ela não enfrentará barreiras impostas por padrões tonais ocidentais na execução dos sons provenientes dos seus instrumentos.

Dentro deste contexto, temos ainda o conceito de “escultura sonora” (soundscape).

Atribui-se ao termo escultura sonora, a arte de manipular ou extrair sons de esculturas produzidas por um determinado artista e tem como um dos seus principais expoentes o músico e filósofo americano Bill Fontana. (Campesato – Iazzeta)

Uma das características desta arte ou gênero musical é a construção da obra relacionada com a construção do seu próprio espaço de existência, o que faz com que a aproxime mais a plasticidade que precisa de locais como galerias de arte e museus do que a arte musical convencional que é executada em salas de concerto. (Campesato – Iazzeta)

Como percebemos, estas artes podem proporcionar grande desenvolvimento para alunos devido à maneira com que elas são produzidas.

O auxílio no desenvolvimento da motricidade e da criatividade das crianças é inquestionável em relação à dinâmica de confecção de instrumentos, assim como a construção de uma visão diferenciada dos sons em relação aos estudantes do passado, proporcionada pela inserção dos conceitos de esculturas sonoras nas aulas de educação musical.

Em relação ao social, devemos considerar também que como os instrumentos musicais industrializados não são muito baratos, a construção de instrumentos auxilia, pois com materiais inutilizados fazem-se novos produtos fortalecendo também a questão da conscientização da reciclagem.

Referências Bibliográficas:

NÉSPOLI, Eduardo. UAB –UFSCar, Construção de Instrumentos para Educação Musical 1: Por que construir instrumentos para a educação musical?. Disponível em: < inpopup="true&id="> Acesso em: 27ago. 2008.
DE CAMPOS, Augusto. Smetak para quem souber. Smetak, tak tak. 1980. Disponível em: Acesso em: 28 ago. 2008.
CAMPESATO, L.; IAZZETA, Fernanda. Som, espaço e tempo na arte sonora. Disponível em:
Acesso em: 28 ago. 2008.


Nenhum comentário:

Postar um comentário