segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

E a musicoterapia?


Hallyson Chrystiano Paschoalino de Oliveira

A musicoterapia que ofuscada durante a idade média devia preencher um espaço muito importante nos tempos antigos, haja vista o exemplo clássico romanceado pelas transcrições hebraicas onde o ainda súdito Davi tocava para acalmar os ânimos de seu rei Saul.
A musicoterapia pode agregar várias partes envolvendo a música, como o próprio som como matéria prima, a acústica, o ritmo, a melodia, a harmonia, entre outros. Assim como, pode agregar áreas da ciência musical como principalmente a educação musical visto que os objetivos são semelhantes, proporcionar o desenvolvimento humano através da sensibilidade acústica, assim como, priorizar as áreas cognitivas, psicológicas e comportamentais, proporcionando melhor qualidade de vida entre outros.
O poder comunicativo da música é de grande percepção, o que facilita os seus atributos educacionais e terapêuticos.
A música como um fenômeno de comunicação nos aproxima de compreensões distintas sobre a musicoterapia na medida em que se verifica a musica como linguagem não verbal, ou melhor, uma representação não verbal da emoção. Ou seja, quando nos deparamos com a situação à qual um músico concertista interage com uma plateia de centenas de pessoas apenas com a produção sonora de um instrumento musical, ou ainda um concerto de rock que move dezenas de milhares de pessoas em um estádio, relatamos uma força muito poderosa que sem palavras é capaz de estabelecer uma comunicação efetiva entre as pessoas.
Essa comunicação que pode entre o sublime e a catarse sintonizar as pessoas, certamente é muito útil em práticas de musicoterapia onde outro lado da capacidade intelectual e cognitiva pode ativar sensações e percepções que podem contribuir de maneira terapêutica em um sistema individual e principalmente coletivo.
No entanto, como a musicoterapia pode ser caracterizada também como um processo individual além de arte e ciência, pensamos que a
musicoterapia deve ser tratada e elaborada em sua prática de acordo com o tipo de cliente ou paciente. Ou seja, talvez deva ser levado em consideração a sua preferência estética e obviamente o seu histórico em relação ao seu contato com arte. O cliente estudou música? De que forma o cliente escuta música?
Enfim, atitudes como essa certamente facilitaria o trabalho e o preparo da ação pelo musicoterapeuta. Assim como um artista que antes de se apresentar, deve estar sabendo do seu público, ou ainda em exemplos mais propagandísticos, compor e gravar para quem ouvir?
Um fato importante a ser considerado é a geografia da musicoterapia. Sempre nos acostumamos a associar avanços científicos aos europeus, americanos, japoneses e etc. No entanto, a musicoterapia argentina tem méritos importantes devido às pesquisas desenvolvidas na segunda metade do séc. XX relacionando os efeitos da terapia musical em pacientes com depressão grave causada pela poliomielite.
No Brasil, temos cursos de musicoterapia muito reconhecidos como o da Faculdade de Artes do Paraná (FAP).


ALVIN, Juliette. Musicoterapia. Buenos Aires: Ricordi Editora, 1984.
BRUSCIA, Kenneth E. Definindo Musicoterapia. 2. ed. Rio de Janeiro: Enelivros,
2000. 332 p.
SWANWICK, K. Ensinando música musicalmente. São Paulo, Moderna,
2003. 128 p.

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